domingo, maio 29, 2011

Inexistente


 A vida como um conto sem fim. sem fim ou sem sentido, sem moral da história? Todo ser tem, ao encontrar a trabalhadora incansável, àquela que não tira férias, descobre a moral de sua história. A pegadinha que o escritor da existência guardou para aquela vida específica? Ou seriamos apenas folhas em branco, perambulando pelo mundo, se escrevendo, reescrevendo e, quando a velha ceifadora vem colher nossa vida, ela nos permite relembrar e compreender a história que escrevemos, o livro que produzimos e que vai pra grande biblioteca do infinito?
Imagem interessante não, nossas vidas como um livro em uma infinta biblioteca. Quem seria o bibliotecário, e mais importante quem seriam os leitores ávidos, que iram buscar a minha história, a minha vivência, seja lá por qual motivo. E como esse leitor se sentiria ao passar as páginas da minha história, ele sentiria o que senti, o que está descrito que senti, ou ele viveria de sua forma, se revoltando, ou se aliando com minhas atitudes, gestos, desejos. Será que sentiria pena de mim, ou então inveja? Creio que não seja possível que ele venha a sentir inveja, não consigo imaginar quem invejaria tal história.
Será que nesse exato momento, poderia reassumir a história, transformando o drama em ficção, ou deixando de ser apenas uma tediosa enciclopédia para se tornar, por que não!?, um conto erótico explicito? Como poderia assumir o controle sobre a mão que manuseia a pena que escreve ou transcreve minha vida? Como tomar conhecimento do que estou fazendo?
Poderia eu, sozinho, responder tantos questionamentos, e tantos outros que não transcrevi, e nem antevi? Ou será que todos são retóricos, respondidos pelo seu próprio questionamento, por sua própria existência.
E assim como um conto sem fim, incompleto fica esse texto, essa pequena reflexão, uma pequena nota de rodapé perdida nos confins de uma biblioteca sem inicio, sem fim, sem público, sem fim.

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