A vida como um conto
sem fim. sem fim ou sem sentido, sem moral da história? Todo ser
tem, ao encontrar a trabalhadora incansável, àquela que não tira
férias, descobre a moral de sua história. A pegadinha que o
escritor da existência guardou para aquela vida específica? Ou
seriamos apenas folhas em branco, perambulando pelo mundo, se
escrevendo, reescrevendo e, quando a velha ceifadora vem colher nossa
vida, ela nos permite relembrar e compreender a história que
escrevemos, o livro que produzimos e que vai pra grande biblioteca do
infinito?
Imagem interessante
não, nossas vidas como um livro em uma infinta biblioteca. Quem
seria o bibliotecário, e mais importante quem seriam os leitores
ávidos, que iram buscar a minha história, a minha vivência, seja
lá por qual motivo. E como esse leitor se sentiria ao passar as
páginas da minha história, ele sentiria o que senti, o que está
descrito que senti, ou ele viveria de sua forma, se revoltando, ou se
aliando com minhas atitudes, gestos, desejos. Será que sentiria pena
de mim, ou então inveja? Creio que não seja possível que ele venha
a sentir inveja, não consigo imaginar quem invejaria tal história.
Será que nesse exato
momento, poderia reassumir a história, transformando o drama em
ficção, ou deixando de ser apenas uma tediosa enciclopédia para se
tornar, por que não!?, um conto erótico explicito? Como poderia
assumir o controle sobre a mão que manuseia a pena que escreve ou
transcreve minha vida? Como tomar conhecimento do que estou fazendo?
Poderia eu, sozinho,
responder tantos questionamentos, e tantos outros que não
transcrevi, e nem antevi? Ou será que todos são retóricos,
respondidos pelo seu próprio questionamento, por sua própria
existência.
E assim como um conto
sem fim, incompleto fica esse texto, essa pequena reflexão, uma
pequena nota de rodapé perdida nos confins de uma biblioteca sem
inicio, sem fim, sem público, sem fim.
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