sexta-feira, março 25, 2011

6 Anos depois

Procurando por mim mesmo na internet e encontro este meu blog. Logo quando começava a ponderar iniciar um. Nada mais justo que simplesmente retomar de onde parei, não é? Configurações aqui, alterarções ali. E vamos partir deste ponto.

Com qual texto começar? Que tal iniciar com o primeiro, o que me impulsionou a retomar essa atividade?

Insônia

Como devo receber/perceber minha insônia? Seria ela uma sabotagem de minha própria mente contra meu corpo? Dizendo que ele não tem direito ao descanso, direito este concedido a tantos outros? Ou seria, na verdade, uma superprodução de minha mente, que pede que eu a ouça neste momento de profundo silêncio, momento no qual outros se entregam ao esquecimento? Porém minha mente se apega à memória, me faz sonhar acordado, vendo, vivendo, sentindo, chorando feitos passados. Se vale também da “memória” do futuro que, como um teatro de fantoches, surge diante meus olhos, e que meus ouvidos, surdos (como o grito de minha alma), fiam e tecem diálogos, enquanto as cordas movimentam os fantoches, assumindo, assim, o papel das Moiras.
Há pouco me deleitava a brindar em uma cerimônia que ainda não aconteceu. Seria um prenúncio do futuro? Ou seria a morte me dizendo que somente assim viverei tal momento (como um prêmio de consolação talvez)? E o que seria da morte se não a vida? Afinal, nunca se vive o mesmo, por mais que se tente reproduzir. Viver não é uma ciência exata, que pode ser reproduzida, com o controle das variáveis, para atingir o mesmo produto.
Seria então a insônia um aviso da vida, para que eu viva mais, ou melhor? Melhor não seria uma comparação? Viver melhor em relação a quem ou a quê? Quem seria o juiz de tais critérios? Seria eu mesmo qualificado o suficiente para ser um agente de viver e, simultaneamente, árbitro do meu agir? É possível deixar um terceiro como responsável sobre alguma dessas atividades? Seria justo outrem julgar o que é meu e o que me move?
Perguntas sintomáticas da minha insônia, tão retóricas quanto verdadeiras.
Insônia, velha amiga, eterna companheira, musa inspiradora, seria justo chamar-te de amante inovadora. Nossas noites juntos jamais caem na rotina.



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